Ghost of Tsushima
Cinco anos após seu lançamento, o jogo da Sucker Punch continua sendo um refúgio emocional e visual para quem buscava escapar da realidade durante a pandemia.
Samambaia Games
7/18/20252 min read


Em julho de 2020, o mundo estava em silêncio. Ruas vazias, vozes contidas por máscaras, e um sentimento de incerteza pairava no ar. Foi nesse cenário que “Ghost of Tsushima” chegou às mãos de milhões de jogadores – não apenas como um título aguardado do PlayStation, mas como um verdadeiro santuário digital em meio ao caos real.
O jogo, ambientado na ilha de Tsushima durante a invasão mongol no século XIII, ofereceu algo que poucos títulos conseguem: a chance de simplesmente existir em um mundo belo, contemplativo e cheio de propósito. Para muitos, não se tratava apenas de cumprir missões ou derrotar inimigos. Era sobre cavalgar entre os campos dourados, seguir a direção do vento em vez de setas no mapa, e deixar-se guiar por raposas até santuários esquecidos. Era sobre respirar.
Durante os períodos mais restritivos do isolamento social, quando viajar se tornou impossível e a natureza parecia distante, “Ghost of Tsushima” nos presenteou com uma forma segura – e incrivelmente envolvente – de explorar. Com sua direção artística impecável, o jogo proporcionou passeios sob a chuva, pores do sol de tirar o fôlego e florestas tão vivas que quase podíamos sentir o cheiro da terra molhada.
Mais do que um jogo de ação, o título se destacou como um convite à introspecção. Jin Sakai, seu protagonista, vive um conflito interno entre honra e sobrevivência – dilema que ressoou fortemente com um público que, à sua maneira, também tentava se adaptar a um novo mundo. A jornada do personagem era, no fundo, sobre transformação e resistência diante da adversidade.
Agora, cinco anos depois, “Ghost of Tsushima” permanece na memória de muitos como muito mais que um lançamento de sucesso: ele foi um abrigo. Um lembrete de que, mesmo quando a realidade nos prende, a arte – seja por meio de um filme, um livro ou um jogo – tem o poder de abrir janelas para outros mundos. E às vezes, é tudo o que precisamos para continuar em frente.
Se houve um jogo que capturou a beleza da liberdade durante um dos momentos mais difíceis da história recente, foi este. Tsushima pode ter sido invadida, mas para nós, ela será sempre lembrada como um lugar de reencontro com a paz.